Resumo

Título do Artigo

RETORNO E RISCO DOS INVESTIMENTOS EM EMPRESAS COM PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE E DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
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Palavras Chave

Responsabilidade Social Corporativa
Governança Corporativa
Valor de Empresas

Área

Finanças

Tema

Apreçamento de Ativos

Autores

Nome
1 - Cleiton Ricardo Kuronuma
Faculdade FIPECAFI (FIPECAFI) - Controladoria e Finanças
2 - Roberto Preti Barciella
Faculdade FIPECAFI (FIPECAFI) - São paulo
3 - Fabiana Lopes da Silva
Faculdade FIPECAFI (FIPECAFI) - Mestrado Profissional em Controladoria e Finanças

Reumo

A prática da boa governança corporativa, associada à responsabilidade social, altera o dia-a-dia das empresas e o grande diferencial já não é mais apenas a qualidade dos seus produtos ou serviços. A postura ética com os acionistas, com a comunidade local e a com sociedade vem assumindo um papel de destaque na diferenciação das empresas. Nesta conjuntura, surge uma nova discussão, quando se questiona a quantificação destes aspectos em termos financeiros, principalmente, os debates acerca do valor da empresa, dimensionado por meio da cotação de suas ações em bolsa (Ferreira, 2004).
O presente estudo visa responder a seguinte questão de pesquisa: as empresas com práticas de sustentabilidade e governança corporativa apresentam diferenças significativas nos retornos e riscos quando comparados com o mercado? Para tanto, foram coletadas as posições de fechamento diário dos índices ISE, IGC e IBOVESPA, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2016, O objetivo deste trabalho deste trabalho é o de comparar as empresas com práticas de sustentabilidade e governança corporativa com o mercado, evidenciando as potenciais divergências em relação ao risco e retorno das ações.
Para Rezende, Nunes e Portela (2008), o item mais discutido no estudo de desempenho dos investimentos socialmente responsáveis é “se esses investimentos possuem desempenho melhor, pior ou semelhante quando comparados com outros investimentos convencionais que não utilizam os critérios sociais, ambientais e de governança corporativa como seleção dos melhores papéis”. Diversos estudos foram realizados sobre o desempenho de investimentos socialmente responsáveis, como os de Machado, Machado e Corrar (2009), Carvalho (2014) e Malacrida e Yamamoto (2016), com resultados contraditórios.
Para responder à questão deste trabalho, analisaram-se as cotações diárias do índice de sustentabilidade empresarial (ISE), do índice de governança corporativa diferenciada (IGC) e do índice de mercado (IBOVESPA), no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2016, totalizando 2472 observações para cada índice. Com base nos objetivos propostos neste trabalho são avaliadas duas hipóteses, que nortearão os testes estatísticos: Retorno: H0: As carteiras com índices ISE, IGC e IBOVESPA apresentam retornos iguais Risco: H0: As carteiras com índices ISE, IGC e IBOVESPA apresentam riscos iguais
Com relação ao retorno dos índices ISE e IGC, os resultados deste trabalho mostram que não existe diferença estatística significativa entre os índices pesquisados. Com relação ao risco do índice ISE, o resultado sugere que não existe diferença estatística significativa entre os índices pesquisados. Com relação ao risco do índice IGC, o resultado mostra que existe diferença estatística significativa entre os índices pesquisados.
Os resultados sugerem que empresas que investem em sustentabilidade e governança corporativa apresentam retorno similar das que não adotam as mesmas práticas e que as com práticas de governança corporativa apresentam risco menor do que as demais. A contribuição do estudo está na geração de um conjunto de evidências que expandem a discussão sobre a relação entre o retorno de investimentos em práticas de governança corporativa e de responsabilidade social, diferenciando-se de outros estudos já realizados, pelo extenso período amostral e pela inserção da dimensão risco associada ao retorno.
Alves, E. A. (2003). Dimensões da responsabilidade social da empresa: uma abordagem desenvolvida a partir da visão de Bowen. Revista de Administração (USP), v.38, n.1, p.37-45. Carvalho, P. L. (2014). Análise das empresas integrantes dos índices com práticas diferenciadas da BM&FBovespa. XIV Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. Malacrida, M. J. C., & Yamamoto, M. M. (2006). Governança Corporativa: nível de evidenciação das informações e sua relação com a volatilidade das ações do Ibovespa. Revista de Contabilidade e Finanças. USP, São Paulo. Edição Comemorativa, p. 65-79.