Resumo

Por que algumas empresas falham enquanto outras obtêm sucesso? Uma teoria emergente que busca respostas para esta pergunta é a de Capacidades Dinâmicas (CDs), que investiga as habilidades, capacidades ou rotinas que integram, constroem ou reconfiguram competências internas e externas para adaptar a empresa ao ambiente, e dá a ela um desempenho superior. Este tema tem despertado grande interesse da comunidade acadêmica e é considerado um dos mais ativos em administração estratégica.

Mapear os desdobramentos de CDs por meio das publicações sobre o tema no Strategic Management Journal (SMJ).

As Capacidades Dinâmicas são definidas como capacidades de orquestrar competências internas e externas para se adaptar as mudanças ambientais e responder ao mercado (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997). Elas são consideradas uma evolução da Visão Baseada em Recursos, destacando o papel gerencial, a participação do recurso intangível e a necessidade de adaptação ao mercado altamente volátil (CAVUSGIL; SEGGIE; TALAY, 2007). A literatura apresenta vários conceitos e diferentes unidades de análise, necessitando de maior acurácia na definição e proposições subjacentes testáveis (AREND; BROMILEY, 2009).

Este estudo foi conduzido por intermédio de uma pesquisa bibliográfica combinada com dados bibliométricos. A pesquisa bibliográfica compreende uma sequência de procedimentos na busca por informações dispersas em várias fontes com o objetivo de mapear o campo e debater o que tem sido produzido nele. Já os dados bibliométricos permitirão avaliar os padrões e tendências assumidos pelos estudos mediante a aplicação de métodos matemáticos e de análise quantitativa.

Os resultados ressaltam interesse do SMJ no tema e a preocupação com o rigor e a relevância dos trabalhos, além de predomínio de pesquisadores americanos. A maioria das obras analisadas são empíricas, quantitativas e foram realizadas por meio de dados secundários. Este artigo também abrange uma apreciação qualitativa dos estudos em cinco categorias, uma investigação acerca da influência dos artigos da revista, uma comparação entre as obras referenciadas e um conjunto de sugestões para trabalhos futuros.

As informações aqui apresentadas indicam que o interesse no tema pelo SMJ não significa um comportamento de publicação linear. Os dados também evidenciam um alto grau de citação concentrada em dez das sessenta obras analisadas, e as referências mencionadas nelas permanecem as mais citadas nos estudos sobre CDs. Novos delineamentos de pesquisa, que contrariem o padrão até então, são incentivados para fornecer novos insights e auxiliar na construção de uma base empírica sólida e com isso, favorecer o amadurecimento do campo e o delineamento das fronteiras das CDs.

A bibliografia é composta, entre outros autores, por Teece, Pisano e Shuen (1997), Eisenhardt e Martin (2000), Zollo e Winter (2002), Zahra, Sapienza e Davidsson (2006), Di Stefano, Peteraf e Verona (2010) e Karna, Richter e Riesenkampff (2016).