Resumo

Título do Artigo

Papel do consultor externo em gestão de pessoas: percepção do consultor e do cliente
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Palavras Chave

Papel do consultor externo
Gestão de Pessoas
Consultoria Organizacional

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Carreiras e Competências

Autores

Nome
1 - Zuleika Fernanda Rheinheimer
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Porto Alegre
2 - Patricia Martins Fagundes Cabral
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - PPG Gestão e Negócios

Reumo

Nos últimos anos, as empresas cada vez mais se deram conta da necessidade de investir na sustentabilidade de seus empreendimentos, e nesse sentido as intervenções de um consultor externo às organizações, sobretudo na área de gestão de pessoas, podem ser significativas e ter um impacto bastante positivo para o desenvolvimento das pessoas e para o resultado organizacional como um todo. Entretanto, ainda existe muita confusão prática e conceitual sobre qual realmente deve ser a atuação deste profissional consultor e que liderança ele exerce, indicando a oportunidade de estudos neste sentido.
Partindo da pergunta: “quais as expectativas em relação ao consultor externo de Gestão de Pessoas nas organizações? ”, este estudo se propôs a analisar, na percepção dos consultores e dos seus clientes, o papel do consultor externo na área de gestão de pessoas em empresas de diferentes segmentos no RS/BR. Os objetivos específicos foram: a) identificar as expectativas em relação ao trabalho do consultor externo em gestão de pessoas; b) verificar se o consultor externo é percebido exercendo papel de liderança nas empresas; e c) sinalizar as possibilidades de melhorias para a atuação do consultor
Block (2013), ao referir o papel do consultor externo às organizações, aponta a importância de disseminar o conhecimento, devendo o profissional ser um facilitador que colabore para a construção de espaços sociais que oportunizem novas ideias, resolução de conflitos e geração de mudanças. Schein (2008) acrescenta que o papel está relacionado a uma condução que viabilize o aprendizado e a autonomia do cliente, de maneira que o consultor não assume o papel de detentor das respostas, mas sim, de facilitador para que o próprio cliente encontre as soluções que está buscando.
A pesquisa transversal e qualitativa teve caráter exploratório. Participaram 22 entrevistados (11 consultores da área de gestão de pessoas com atuação externa às empresas e 11 clientes internos às companhias). Um roteiro de entrevista semiestruturado foi utilizado, após a validação do mesmo junto a especialistas. A organização dos dados para análise de conteúdo se deu com auxílio do software NVivo© 10. Todos os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) no início da entrevista, solicitando a autorização para que as entrevistas fossem gravadas.
Os resultados apontam que: 1) as expectativas em relação ao trabalho do consultor são: o alinhamento de expectativas, diagnóstico, desenvolvimento de pessoas, gestão da mudança, lidar com conflitos, relação de confiança, ter com quem contar, conhecimento e experiência, imparcialidade e olhar de fora; 2) o consultor é percebido com papel de liderança, e 3) as melhorias sobre o trabalho são: acompanhamento do processo de aprendizagem, apresentação de indicadores de resultado, aprimoramento de método, aprofundamento sobre a cultura da empresa, oferta de serviços customizados e profissionalismo.
Em síntese, o que é esperado do trabalho do consultor externo é a aplicação do seu conhecimento e experiência na área de gestão de pessoas e a capacidade de fomentar a gestão da mudança e aplicação de seu conhecimento sobre a dinâmica organizacional como um todo, este último emergido do adequado diagnóstico e do alinhamento de expectativas entre o que o cliente busca e o que o consultor irá entregar à organização. Essas propostas, em essência, tendem a dar especial atenção ao desenvolvimento de pessoas, a partir de uma imparcialidade necessária para a abertura de aprendizagem ao novo.
BLOCK, Peter. Consultoria Infalível: Um guia prático, inspirador e estratégico. São Paulo: M. Books do Brasil Editora, 2013. CURLE, Adam. Planejamento educacional: função do consultor. Cadernos de Pesquisa, n. 10, p. 56-66, 2013. SCHEIN, Edgar H. Princípios da consultoria de processos: para construir relações que transformam. São Paulo: Editora Petrópolis, 2008. ULRICH, D. ARÁOZ, C. F. Liderança e pessoas. São Paulo: HSM Editora, 2015. WOOD, Thomaz Jr. DE PAULA, Ana Paula P. Empresas de consultoria no Brasil: um estudo múltiplo de casos. EAESP/FGV/NPP: Relatório de Pesquisa, 2004.