Resumo

Título do Artigo

ABRE-TE, SESÁMO! O setor financeiro brasileiro de portas abertas à inovação
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Palavras Chave

Open Innovation
Gestao da Inovação
Setor Financeiro

Área

Gestão da Inovação

Tema

Políticas, Estratégias, Instituições e Internacionalização da Inovação

Autores

Nome
1 - Hecio Wanderley de Souza Almeida
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - FACE/PPGA - Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - JOSIVANIA SILVA FARIAS
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - PPGA

Reumo

O setor financeiro brasileiro enfrenta transformações com elevação da disputa por clientes e resultados, uma vez que as novas tecnologias e a internet, com o surgimento das mídias sociais e soluções ‘mobile’, potencializaram a velocidade na qual as informações, produtos e serviços circulam (Albertin, 1999; Mello, Stal & Queiroz, 2006; Camargo, 2009; Bhatt, 2016). Em um panorama desafiador a inovação torna-se um elemento relevante de adaptação a essa nova realidade. É através da inovação que organizações deste setor buscam se adaptar e posicionar estrategicamente em relação aos concorrentes.
Dado o cenário do setor financeiro brasileiro, surge como relevante compreender quais são as escolhas estratégicas de inovação, bem como para onde aponta a bússola de inovação em um contexto de competição, onde as TICs representam uma das principais armas utilizadas nas batalhas por clientes e negócios. Portanto, o presente estudo tem por objetivo descrever as atuais estratégias de inovação identificadas em organizações do setor financeiro brasileiro, bem como demonstrar, à luz das teorias de inovação, em que direção o setor se move em termos de escolhas e estratégias.
As estratégias representam um relevante fator frente as múltiplas incertezas das organizações na adequação aos seus contextos de competitividade (Tigre, 2006). Em uma perspectiva de estratégias e gestão da inovação, a inovação aberta é uma tendência atual. Chesbrough (2017) destaca que a inovação aberta progrediu de maneira a contemplar questões da inovação em modelos de negócio e inovação em serviços, através de contextos que incluem colaborações múltiplas, comunidades e ecossistemas inteiros, demonstrando evidências substanciais de que é um catalisador para performances nos negócios.
O estudo tem abordagem qualitativa (Creswell, 2014) com finalidade descritiva e exploratória (Vergara, 2010). Foram selecionados 3 Bancos e 3 companhias do ramo de seguridade com capital aberto, por serem os maiores do país em quantidade de clientes e resultados. Trata-se de um estudo multicasos (Yin, 2001), para o qual promoveu-se pesquisa documental através de busca sistemática de informações nos portais de relacionamento com investidores de cada unidade de análise, bem como nos respectivos órgãos reguladores. Os dados foram coletados no período entre mar e jun/2017 com dados de 2016 e 2017.
A inovação aberta é um tema emergente que rapidamente se difundiu e que nos revela uma tendência de adoção de estratégia de inovação pelas organizações do setor financeiro brasileiro e, ao longo da pesquisa documental, identificamos diversos elementos que fundamentaram e evidenciaram essa afirmação. Além disso, verificou-se que a ampla maioria das organizações buscam por absorver e explorar conhecimento externo, atuando em alinhamento as definições de Cohen e Levinthal (1990) para o conceito de capacidade absortiva. Identificou-se ainda a posteriori a inovação como uma diretriz estratégica.
Observou-se que as organizações estudadas do setor financeiro brasileiro, independentemente do nicho de atuação (bancos ou companhias do mercado de seguridade), possuem uma atuação estratégica em alinhamento ao conceito de inovação aberta de Chesbrough (2003; 2017), demonstrando que as organizações desse setor buscam se adaptar ao atual cenário de mudanças e transformações, em que a disputa por clientes e resultados é travada em um ambiente altamente dinâmico e embasado nas novas tecnologias e na internet (mundo digital).
Chesbrough, H. W. (2017). The future of open innovation. Research-Technology Management. 60(1), 35–38. Dahlander, L.; Gann, D. M. (2010). How open is innovation? Research Policy, 39(6), 699–709. Galilea, G. W.; Eid, W. Jr. (2017). A estrutura competitiva e o posicionamento estratégico da indústria bancária perante grandes distúrbios ambientais: um estudo dos bancos brasileiros. Brazilian Business Review, 14(4), 368–384. Tidd, J.; Bessant, J. (2015). Gestão da Inovação. 5. Ed. Porto Alegre: Bookman. West, J.; Salter, A.; Vanhaverbeke, W.; Chesbrough, H.(2014). Open Innovation: The next decade.