Resumo

Título do Artigo

CATADORES INDEPENDENTES: Uma análise dos catadores “des-organizados” que transitam na cidade de Belo Horizonte.
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Palavras Chave

Catadores de Materiais Recicláveis
Cooperativas
Cidades

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens Relacionais às Organizações

Autores

Nome
1 - Camila Álvares dos Reis
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Coração Eucarístico
2 - Armindo dos Santos de Sousa Teodósio
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós-Graduação em Administração

Reumo

Ao analisar a dinâmica de Governança dos Resíduos Sólidos em Belo Horizonte com um olhar voltado aos catadores cooperativados a serem inseridos na dinâmica de parcerias intersetoriais, foi possível perceber uma parcela de catadores que preferem atuar de maneira isolada, fora das cooperativas de materiais recicláveis, coletando, reciclando, reutilizando e comercializando esses materiais por conta própria. Ao buscar um aporte teórico que discutisse esse questionamento, foi possível perceber que existe uma lacuna teórica a este respeito, mostrando ausência de relatos que interpretem este fenômeno
Mesmo com a existência de cooperativas de catadores atuando em diversos pontos das cidades, alguns catadores preferem atuar de forma isolada, fazendo o recolhimento dos resíduos sólidos urbanos como forma de sobrevivência, mas sem estratégias de coleta, separação e repasse dos materiais. Porque alguns Catadores de Materiais Recicláveis preferem atuar informalmente, fora das Cooperativas de Reciclagem?
A pesquisa foi fundamentada a partir de uma interação entre a pesquisa de campo e revisão teórica de autores considerados relevantes que estudaram os temas: catadores, Gestão de Resíduos Sólidos, Reciclagem, Sustentabilidade, Cidades, dentre outros, buscando sempre artigos científicos atuais que estão disponíveis em sítios de pesquisa diversificados, numa perspectiva interdisciplinar.
A fim de compreender a escolha dos catadores de se manterem fora das cooperativas, foi realizada uma pesquisa qualitativa com revisão teórica e revisão documental de entrevistas estruturadas desenvolvidas em duas épocas distintas, com análise de conteúdo em ambas para avaliar os resultados das pesquisas de campo.
Ao analisar as entrevistas, foi possível perceber que a maioria dos entrevistados que viviam em situação de rua realiza a atividade da “catação” em algum momento, ou de alguma forma, como forma de sobrevivência. Geralmente o que é mais coletado pelos entrevistados são: restos de alimentos, restos de cigarro e em sua maioria, a latinha de refrigerante e cerveja.
Após as primeiras entrevistas focadas nas pessoas em situação de rua, foi possível concluir que essas pessoas não se sentem atraídas para trabalhar em um modelo de cooperativa, porque para elas essa lógica ainda abarca o modelo convencional de trabalho, por ter horário de entrada e saída e regras consideradas para eles como rígidas. Portanto, é possível concluir que trabalhar com catação em cooperativas não é uma opção para os catadores materiais recicláveis, mesmo se a remuneração for um pouco menor.
ABRAMOVAY, R; SPERANZA, J; PETITGAND, C. Lixo Zero: Gestão de resíduos sólidos para uma sociedade mais prospera. Planeta Sustentável. Instituto Ethos, 2013. BAPTISTA, V. As políticas públicas de coleta seletiva no município do Rio de Janeiro: onde e como estão as cooperativas de catadores de materiais recicláveis?. Rev.Administração Pública, 49 (1), p.141-144, 2015. BESEN, G et al. Coleta Seletiva na região metropolitana de São Paulo: Impactos da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Revista Ambiente & Sociedade, v. XVII, n. 3, p. 259-278,2014.