Resumo

Título do Artigo

CULTURA ORGANIZACIONAL: um estudo comparativo entre duas universidades federais
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Palavras Chave

Cultura Organizacional
Comportamento Organizacional
Instituições de Ensino Superior

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades Organizacionais

Autores

Nome
1 - Jailson Santana Carneiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas
2 - Lívia Nogueira Pellizzoni
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA
3 - Janayna Souto Leal
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA
4 - Bruna Lourena de Lima Dantas
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - João Pessoa
5 - André de Paula Rêgo Graciano Luz
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Campus I

Reumo

A cultura organizacional é uma dimensão que tem sido tema recorrente nas pesquisas em organizações, especialmente as com fins lucrativos. Isto ocorre devido esta dimensão ser um dos fatores de diferenciação entre as organizações que, acirrada com as mudanças tecnológicas, as novas formas de organização e as quebras de paradigmas, corroboram para maior interesse nesta variável. Devido a esta característica complexa existem várias maneiras de operacionalizar e melhor compreendê-la. A métrica mais usada e recorrente na literatura, porém em empresas, é da aplicação do trabalho de Hofstede (1980).
Dito isto, este trabalho busca responder o seguinte problema de pesquisa: como as dimensões da cultura organizacional se comportam em universidades públicas federais com diferentes tempos de existência? Para isso, elaborou-se o seguinte objetivo de pesquisa: analisar a cultura organizacional de duas universidades públicas federais no nordeste brasileiro estabelecendo comparativos entre as dimensões da cultura organizacional. Neste sentido, foram selecionadas duas instituições, uma com mais de 60 anos (Universidade Federal da Paraíba) e a outra com três anos (Universidade Federal do Cariri).
Mascarenhas, Kunda e Vasconcelos (2004, p.208) conceituaram a cultura organizacional como sendo “as diversas estruturas de representações e significados, negociados constantemente pelos indivíduos e grupos, por meio das quais eles interagem socialmente e interpretam a realidade organizacional”. Hofstede (1980) aplicou com o intuito de verificar diferenças culturais na forma de administrar. Hofstede (1991) estabeleceu quatro dimensões de cultura: Distância do Poder, Coletivismo vs Individualismo, Feminilidade vs Masculinidade e Controle de incertezas.
Pesquisa quantitativa. O universo da pesquisa foi composto por servidores técnicos administrativos de duas universidades. A amostra foi acessada por conveniência e acessibilidade dos pesquisadores resultando em 142 respondentes. Para coleta de dados empíricos foi utilizado o questionário, por meio de um survey. Para análise dos dados, foi feita a Análise Fatorial Exploratória. Em seguida, foram realizadas as análises descritivas dos itens e das dimensões e também a medida de consistência interna (por meio do Alfa de Cronbach). Os dados foram executados com o auxílio do software R.
As escalas apresentaram níveis elevados de confiabilidade com alpha acima de 0,600. Estes resultados foram semelhantes aos obtidos em Coleta e Coleta (2005). As correlações de Pearson entre as variáveis agregadas indicam que as mesmas se situam em níveis baixos, com exceção da correlação entre as dimensões Individualismo e Controle de Incertezas; e, Índice de Distância Hierárquica e Masculinidade. As médias ficaram em nível preponderantemente baixo a intermediário. Nota-se, que em média, as universidades deste estudo apresentam baixos índices de masculinidade.
Os dados apontam que, embora as universidades sejam geridas pelo governo, o que tende a uma uniformização das condições e organização do trabalho, bem como tendem a apresentar semelhanças, o presente estudo apontou que instituições mais antigas apresentam cultura organizacional diferente das universidades mais recentes, ainda que de maneira fraca. A análise fatorial e psicométrica mostra que as dimensões podem ser mensuradas com o número reduzido de itens, pois apresentaram valores de confiabilidade dentro dos desejáveis. No entanto, indica-se pesquisas qualitativas para melhor compreender.
COLETA, J. A. D.; COLETA, M. F. D. Escalas para medida de fatores da cultura organizacional de instituições de educação superior. Avaliação Psicológica, v. 4, n. 2, p. 173-182, 2005. HOFSTEDE, G. Culture and Organizations: Software ofthe mind. New York: McGraw-Hill, 1991. HOUSE, R.J., HANGES, P.J., JAVIDAN, M., DORFMAN, P.W., GUPTA, V. Culture, leadership and organizations: the GLOBE study of 62 societies. Thousand Oaks: Sage, 2004. PIRES, J. C. S.; MACEDO, K. B. Cultura Organizacional em Organizações Públicas no Brasil. RAP, v. 40, n. 1, p. 81-105, 2006.