Resumo

Título do Artigo

AS CAPACIDADES DINÂMICAS NA INOVAÇÃO DOS MODELOS DE NEGÓCIOS DAS STARTUPS RESIDENTES NO CUBO
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Capacidades Dinâmicas
Modelos de Negócios
Startups

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Inovador: Startups, Empresas de Base Tecnológica, Incubadoras e Parques Tecnológicos, Capital de Risco

Autores

Nome
1 - Marcelo Henrique Gomes Couto
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
2 - Pedro Marins Freire Teberga
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA
3 - Amanda Cristina de Castro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Curitiba

Reumo

Startups são novos negócios que em função do risco de inovação adquirido desde a concepção inicial do negócio, enfrentam condições de extrema incerteza e de rápida evolução. Deste modo, transformações rápidas em seus modelos de negócios como resposta a pressões e tensões são constantemente exigidas. Neste sentido, a teoria das capacidades dinâmicas (TEECE et al., 1997) pode contribuir para entender como esses negócios podem desenvolver, adaptar e renovar modelos de negócios para criar valor de forma sustentada, em meio a ambientes competitivos e com rápidas mudança.
Apesar do entendimento de que a abordagem das capacidades dinâmicas pode contribuir para a compreensão do processo de desenvolvimento, adaptação e renovação do modelo de negócios para criar valor de forma sustentada, são ainda poucos os estudos empíricos neste campo que buscam como esse processo é desenvolvido em ambientes dinâmicos (AMBROSINI, BOWMAN, 2009; WIRTZ, 2016). Deste modo, o presente artigo busca investigar e descrever como as startups residentes no CUBO desenvolvem suas capacidades dinâmicas e como essas capacidades contribuem para a inovação em seus modelos de negócios.
Para Teece et al. (1997) as empresas que têm alcançado o valor sustentado são aquelas que além de atender às demandas latentes no tempo certo, são rápidas e flexíveis em termos de inovação e que possuem capacidades para coordenar e utilizar competências internas e externas. Assim, a inovação do modelo de negócios representa uma mudança transformacional voluntária dependente da capacidades da empresa que criam novas ofertas de valor, implementando novas estruturas de cadeia de valor, ou reconfigurando recursos e capacidades (DEMIL; LECOCQ, 2010).
O presente artigo busca investigar e descrever como as startups desenvolvem as suas capacidades dinâmicas para a inovação em modelos de negócio e utiliza o CUBO como contexto de pesquisa. Deste modo, adota-se o método de múltiplos casos, a abordagem qualitativa e o caráter exploratório-descritivo. O conjunto de casos analisadas compôs-se de 4 startups residentes no coworking. Como estratégia de coleta de dados utilizou-se a entrevista semi-estruturada com os CEOs, Co-Fundadores e Diretores dos casos, analisada por meio do método de análise de conteúdo proposto por Bardin.
A capacidade que uma empresa tem para criar, ajustar, aperfeiçoar e, se necessário, substituir o modelo de negócios, é fundamental para as capacidades dinâmicas. Assim, sob esta perspectiva, observa-se que as inovações nos modelos de negócios identificadas resultaram principalmente dos processos de ajuste e aperfeiçoamento das soluções oferecidas, a partir da detecção de oportunidades não atendidas pelo mercado, posteriormente apreendidas e integradas. Compreende-se então que as capacidades dinâmicas contribuíram para a inovação nos modelos de negócio dos casos estudados.
Os achados do presente estudo permitiram concluir que as capacidades dinâmicas podem ser propulsoras da inovação em modelos de negócios, especialmente em ambientes caracterizados pela alta dinâmica competitiva e tecnológica, no qual as startups estão inseridas, que exigem respostas e adaptações estratégicas rápidas. Além disso, sob uma perspectiva empírica, é possível ainda conceber o próprio processo de inovação em modelo de negócios como uma capacidade dinâmica, que fornece bases para a inovação e desenvolvimento do negócio de forma sistemática e proposital.
AMBROSINI, V.; BOWMAN, C. "What are dynamic capabilities and are they a useful construct in strategic management?". International Journal of Management Reviews, v. 11 n. 1, p. 29-49, 2009. DEMIL, B.; LECOCQ, X. Business model evolution. In search of dynamic consistency. Long Range Planning, v. 43, n. 2-3, p. 227–246, 2010. TEECE, David J. et al. Amy. Dynamic capability and strategic management. Strategic Management Journal, v. 18, n. 7, p. 509–533, 1997. WIRTZ, Bernd W. et al. Business models: Origin, development and future research perspectives. Long Range Planning, v. 49, n.1, p.36-54, 2016.