Resumo

Omar (2006) destaca que as atitudes e comportamentos dos indivíduos coadunam com suas percepções do que é justo ou não em relação às suas atividades laborais e com a organização. Sotomayor (2006) adverte que, quando os funcionários sentem maior injustiça no local de trabalho, poderão apresentar menor satisfação, diminuir o seu desempenho e, por consequência, o rendimento da organização. As características do trabalho e o local onde são desempenhadas as funções vêm sendo sinalizados como fatores que influenciam as intenções de turnover (MCKNIGHT; PHILLIPS; HARDGRAVE, 2009).

Propõe-se responder a seguinte questão de pesquisa: Qual a percepção de justiça organizacional e quais os seus reflexos na satisfação e na intenção de turnover de auditores internos? Objetiva averiguar a percepção de justiça organizacional e seus reflexos na satisfação e intenção de turnover de auditores internos. Mostra-se relevante pelo fato de um ambiente laboral saudável e justo proporcionar bem-estar organizacional, além do aprimoramento dos resultados organizacionais. Fatores como estes impulsionam a academia a realizar estudos sobre a justiça organizacional (COLQUITT et al., 2001).

A justiça organizacional pode ser compreendida como sendo as percepções do indivíduo (OMAR, 2006) sobre as condições e tratamentos justos ou injustos em sua organização (FOLGER; CROPANZANO, 1998). O conceito de justiça organizacional relaciona-se com a maneira como os funcionários percebem-se (in)justiçados em seu trabalho.Sousa e Mendonça (2009) ressaltam que, a partir da percepções individuais acerca da justiça organizacional, os trabalhadores poderão vivenciar prazer ou sofrimento. Vários elementos podem atuar como consequentes da justiça organizacional, tais como a satisfação e turnover.

Esta pesquisa foi realizada por meio de um levantamento, com o envio do questionário pelo SurveyMonkey, que contou com apoio de grupos cadastrados na rede Linkedin. A população deste estudo compreendeu auditores internos, sendo que o convite para participarem da pesquisa foi encaminhado para profissionais de diversos estados do país. Obteve ao final um montante de 124 respostas válidas, apontando-se uma amostra adequada para análise do modelo teórico proposto. Os dados foram analisados com o uso de técnicas estatísticas de análises descritivas, e Modelagem de Equações Estruturais (SEM)

As avaliações do modelo de mensuração indicaram correlações entre os indicadores e seus construtos, validando a confiabilidade composta, validade convergente, confiabilidade do indicador e validade discriminante. Já a avaliação do modelo estrutural que considera os coeficientes de determinação também demonstram-se relevantes, confirmando as hipótese do estudo de que a justiça organizacional associa-se negativamente as intenções de turnover e positivamente a satisfação.

a justiça organizacional pode atuar tanto de forma proativa quando disfuncional nas organizações, sendo necessário por parte dos gestões estar atentos a estes fatores para que o bem-estar dos trabalhadores seja maximizado bem como os resultados positivos das interações organizacionais. Os dados revelam maior explicação da justiça distributiva as variáveis satisfação e intenções de turnover. Quando os individuos percebem que existe maior justiça remuneratória, isso reverterá-se em menores chances de intençoes de turnover em um curto prazo e maior satisfacao com seu trabalho.

COLQUITT, J.A.; WESSON, M.J; PORTER, C.O.L.H.; CONLON, D.E.; NG, K.L. Justice at the millennium: A meta-analytic review of 25 years of organizational justice research. Journal of Applied Psychology, v. 86, n. 3, 425-445, 2001. MCKNIGHT, D.H.; PHILLIPS, B.; HARDGRAVE, B.C. Which reduces IT turnover intention the most: Workplace characteristics or job characteristics? Information & Management, v. 46, p. 167-174, 2009. OMAR, A. Justicia organizacional, individualismo-colectivismo y estrés laboral. Psicologia y Salud, v. 16, n. 2, p. 207-217, 2006.