Resumo

Título do Artigo

Liderança Tóxica: adaptação e validação de uma escala de mensuração para casos brasileiros
Abrir Arquivo

Palavras Chave

liderança tóxica
escala de liderança
escala de liderança tóxica

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Gestão de Pessoas e de Equipes

Autores

Nome
1 - TAÍS PASQUOTTO ANDREOLI
UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (USCS) - PPGA
2 - Váldeson Amaro Lima
UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (USCS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
3 - sergio vinicius louzada
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Vergueiro
4 - Edson Keyso de Miranda Kubo
UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (USCS) - Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) Mestrado e Doutorado

Reumo

Genericamente conceituada como a capacidade de influenciar pessoas, a liderança tem sido amplamente investigada, podendo ser compreendida por meio de quatro abordagens: a teoria de traços de personalidade, os estilos de liderança, a abordagem contingencial e a abordagem da nova liderança, com as teorias liderança transacional e liderança transformacional. Apesar disso, deve-se ressaltar que a pesquisa em liderança não foi desenvolvida de maneira equilibrada em relação aos seus dois lados antagônicos, com uma expressiva maioria de estudos tendo focado apenas nos aspectos positivos da liderança.
Assim, existe uma carência de estudos voltados à investigação dos aspectos negativos ou do “lado escuro” da liderança (YAVAS, 2016). Essa carência se torna mais evidente com a emergência de problemáticas relacionadas a posturas de lideranças irresponsáveis, como é o caso da liderança tóxica, caracterizada quando o líder exibe determinados comportamentos destrutivos, que prejudicam seus liderados (PELLETIER, 2010; LIPMAN-BLUMEN, 2005). A partir desse problema, o trabalho teve como objetivo adaptar e validar uma escala de liderança tóxica em língua portuguesa, aplicável a casos brasileiros.
Para tanto, foi adotada como base conceitual a liderança tóxica, discutindo seus conceitos e investigando esforços anteriores de mensuração, como os trabalhos de Schmidt (2008), Celebi, Güner e Yildiz (2015) e Yavas (2016).
Como procedimento metodológico, adotou-se a abordagem quantitativa, executada por meio da pesquisa de levantamento e tratada pelas técnicas estatísticas de análise fatorial exploratória e análise fatorial confirmatória. Sendo assim, em um primeiro momento, foi realizado um esforço de junção e comparação de três escalas previamente identificadas na literatura internacional, com tradução e revisão junto a um júri de especialistas. Em um segundo momento, foi realizado um levantamento (survey online) junto a 203 participantes, o que permitiu a realização de duas rodadas de análise fatorial.
Como resultado desse trabalho, obteve-se um modelo com 38 assertivas, em língua portuguesa, distribuídas em três fatores, que foram validados pelos índices de adequação dos modelos das técnicas empregadas e, portanto, capaz de avaliar a toxicidade de lideranças em sua influência sobre o comportamento de liderados.
O estudo contribui no sentido de fomentar a discussão acerca da liderança tóxica, construto pouco explorado no ambiente acadêmico tanto internacional quanto (mais) brasileiro, que, de certa forma, acabaram negligenciando os aspectos maléficos da liderança. O contexto do management e do managerial (gerencialismo) deixa em segundo plano os aspectos críticos da liderança, ressaltando apenas o lado prático e prescritivo que exalta as qualidades de um líder frente aos liderados.
ÇELEBİ, N.; GÜNER, H.; YILDIZ, V. Toksik Liderlik Ölçeğinin Geliştirilmesi (Developing Toxic Leadership Scale). Journal of Faculty of Education, v. 4, n. 1, p. 249-268, 2015. PELLETIER, K.L. Leader Toxicity: an empirical investigation of toxic behavior and rhetoric. Leadership, v. 6, n. 4, p. 373-389, 2010. SCHMIDT, A.A. Development and validation of the toxic leadership scale. University of Maryland, College Park, 2008. YAVAŞ, A. Sectoral Differences in the Perception of Toxic Leadership. Procedia-Social and Behavioral Sciences, v. 229, p. 267-276, 2016.