Resumo

Título do Artigo

REDES DE RECICLAGEM DE ÓLEO DE COZINHA USADO NA MACROMETRÓPOLE PAULISTA: ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS
Abrir Arquivo

Palavras Chave

óleo de cozinha usado
arranjos produtivos locais e clusters
redes de empresas

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - ALDO STRUFFALDI
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - MEMORIAL - GeAS
2 - Mauro Silva Ruiz
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
3 - Heidy R. Ramos
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Mestrado Profissional em Administração - Gestão Ambiental e Sustentabilidade (MPA-GeAS)
4 - CRISTIANO CAPELLANI QUARESMA
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Memorial
5 - José Maria Bernardelli Junior
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Barra Funda

Reumo

O óleo de fritura usado, se indevidamente descartado, causa expressivos danos ambientais, porém adquire valor econômico ao retornar à cadeia produtiva de vários segmentos industriais, p.ex. biodiesel, sabão etc. Apesar do aumento da conscientização pública sobre os danos ambientais resultantes da disposição inadequada do óleo de cozinha usado, uma quantidade considerável desse resíduo ainda está sendo disposta incorretamente no meio ambiente. Assim, é necessário conhecer como se organizam as empresas que fazem a coleta e o beneficiamento do resíduo visando a dinamizar essas operações.
Em vista de lacuna na literatura sobre o presente tema, o problema de pesquisa reflete-se na questão do tipo de aglomeração das empresas do setor de óleo de cozinha usado na Macrometrópole Paulista. Como já há amparo público para certos tipos de aglomerações, objetiva-se determinar como essas empresas, que operam cerca de 20 milhões de litros de resíduo por ano, estão distribuídas espacialmente nessa região e como se interrelacionam entre si segundo a literatura, com o objetivo de avaliar sua adequação às políticas públicas.
Este trabalho fundamenta-se na economia de aglomeração de empresas enfatizando as teorias sobre clusters, arranjos produtivos locais (APLs) e redes de empresas, com base em autores presentes na literatura como (Porter), (Lastres e Cassiolato) e (Boaventura e Siqueira), dentre outros, para a avaliação das empresas, procurando comprovar a existência ou não de características típicas das aglomerações estudadas. Considera ainda a teoria de casos múltiplos com apoio nos trabalhos de Yin e Cooper e Schindler para a determinação da amostra objeto da pesquisa.
A metodologia incluiu visitas técnicas às empresas e entrevistas com o executivo principal de cada uma delas utilizando um questionário como roteiro. Esses dados foram confrontados com as informações relativas às características de APLs e clusters oriundas da revisão bibliográfica, para fins de sua comprovação, quais sejam: atividades comuns ou complementares entre as empresas; governança visando a atingir objetivos comuns; sistema comum de capacitação; parcerias com universidades e institutos de tecnologia; enraizamento na comunidade, e localização geográfica gerando integração e sinergia.
O resultado da pesquisa mostrou que nenhuma das três empresas estudadas, isoladamente ou em conjunto, atenderam aos quesitos especificados na literatura para a caracterização de aglomerações do tipo APL e/ou cluster. Assim, o pressuposto inicial de que as empresas coletoras e beneficiadoras de óleo de cozinha usado estavam organizadas em um cluster ou APL havendo colaboração, compartilhamento de atividades e governança entre as mesmas, não foi observado, uma vez que as três empresas da amostra atuam em redes de forma autônoma e individualizada quanto aos seus objetivos, metas e estratégias.
Os resultados mostraram que as três empresas pesquisadas Dajac, Lirium e Hipala se apresentam como núcleos de redes autônomas com diversos atores, tais como coletores de óleo de cozinha usado, incluindo empresas, ONGs, OSCIPs, cooperativas, estabelecimentos comerciais, entidades várias e voluntários. Por fim, uma recomendação que pode ser feita a partir do presente estudo é a realização de uma pesquisa mais ampliada, envolvendo as grandes empresas produtoras de óleo comestível, que já assinaram termos de compromisso no âmbito do setor de alimentação com o governo do Estado de São Paulo.
Boaventura, J. M. G. & Siqueira, J., P., L (2007, agosto). A estratégia e as redes de negócio. São Paulo. In Anais dos Seminários de Administração, São Paulo, SP, Brasil, 10. Recuperado em 27 janeiro, 2016, de http://sistema.semead.com.br/10semead/sistema/resultado/trabalhosPDF/516.pdf Lastres, H. M., & Cassiolato, J. E. (2003). Arranjos produtivos locais: uma nova estratégia de ação para o Sebrae - glossário de arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais. Rio de Janeiro: Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais.