1 - João Paulo Santa Cecília Moraes UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Campus Santa Mônica
2 - Luciana Carvalho UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
Reumo
Diversos estudos têm indicado uma relação positiva entre os ativos intangíveis e o desempenho econômico das organizações.O crescimento do valor contábil de uma empresa tende a não acompanhar o aumento do valor de mercado, criando uma lacuna para análises e interpretações.No Brasil, devido à reorganização das normas contábeis a partir de 2010 e divergência entre os resultados obtidos pelos estudos anteriores, faz-se necessário um maior número de pesquisas para melhor entendimento sobre o assunto.
Este estudo busca responder ao seguinte problema de pesquisa: Qual a relação entre os ativos intangíveis e o desempenho econômico das empresas que compõem o índice IBRX 100 - Índice Brasil? Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é verificar a influência dos indicadores de intangibilidade, GI e Q de Tobin, sobre a rentabilidade dos ativos, patrimônio líquido e investimentos das empresas com maior negociabilidade e representatividade no mercado de ações brasileiro.
Muitas pesquisas internacionais evidenciam o impacto dos ativos intangíveis na rentabilidade das empresas. Estudos como de Mazzioni (2014), Perez e Famá (2015), Gamayuni (2015) e Mantoh (2015) registram a relação para empresas que compõem o BRICS, empresas norte-americanas, indonésias e alemãs, respectivamente. Em contrapartida, as evidências empíricas nacionais ainda apresentam, em alguns casos, a inexistência de relações entre as variáveis, o que sugere a necessidade por novas investigações.
A amostra foi obtida por meio do banco de dados da Economática® entre os anos de 2010 e 2014 e é formada pelas empresas que compõem o IBRX 100 - Índice Brasil, ou seja, as 100 ações com maior negociabilidade e representatividade no mercado de ações brasileiro. Para criar, manipular e gerenciar o banco de dados obtido e determinar as análises estatísticas, recorreu-se ao software Stata®. Como métodos econométricos foram aplicados a correlação de Pearson e a regressão linear com dados em painel.
A correlação de Pearson entre as variáveis de intangibilidade, GI e Q de Tobin, e as variáveis ROA, ROE e ROI sugerem uma relação positiva forte, em sua maioria, entre intangibilidade e desempenho econômico, com destaque, principalmente, para o ROI. Já a regressão de dados em painel não evidenciou relação entre o ROE e a intangibilidade, contudo, destacam-se os resultados registrados nos modelos com o ROA e o ROI, que também apresentaram resultados significantes e positivos.
Destaca-se nesta pesquisa a utilização de duas medidas de intangibilidade, GI e Q de Tobin, permitindo, assim, uma verificação mais completa e robusta de qual a relação que os ativos intangíveis têm sobre o resultado econômico superior das empresas da amostra.A obtenção de registros significantes tanto do GI quanto do Q de Tobin para duas variáveis de desempenho (ROA e ROI) sugerem que, com considerável relevância, o investimento em intangíveis proporciona benefícios financeiros às organizações.
BROOKING (1996); CAMERON, TRIVEDI (2009); CARVALHO et al. (2010); CHEN et al. (2005); CHUNG et al. (1994); COLAUTO et al. (2009); CPC (2010); DECKER (2012); FÁVERO (2014); FIETZ, SCARPIN (2008); GAMAYUNI (2015); KAMMLER, ALVES (2009); KAYO (2002); LAURETTI (2011); LEE, TOMPKINS (1999); LEV (2001); MANTOH (2015); MAZZIONI et al. (2014); MIRANDA et al. (2013); NASCIMENTO et al. (2012); OLIVEIRA et al (2014); PEREZ, FAMÁ (2006 e 2015); RIAHI-BELKAOUI (2003); RITTA, ENSSLIN (2010); SVEIBY (2010).