Resumo

Título do Artigo

O IMPACTO DA EXPERIÊNCIA DAS EMPRESAS BRASILEIRAS EM OPERAÇÕES DE M&A NO SEU DESEMPENHO
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Palavras Chave

Fusões
Aquisições
Desempenho

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Corporativa e de Stakeholders

Autores

Nome
1 - Maíra Galuzio Barile
INSPER INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA (INSPER) - São Paulo
2 - Adriana Bruscato Bortoluzzo
INSPER INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA (INSPER) - São Paulo

Reumo

Devido ao alto volume de dinheiro que é movimentado anualmente, há um crescente interesse do mercado no entendimento das operações de M&A (Fusões & Aquisições, em inglês). Com isso, faz-se necessário entender os resultados de tais transações para decisões da firma e se o uso delas para estratégia contínua de crescimento faz sentido.
O objetivo deste estudo é descobrir se as empresas que efetuaram M&A tiveram desempenhos superiores em relação às que não o fizeram e se o constante uso de tal ferramenta possui correlação com a melhora desse desempenho ou se, em algum momento, o excesso de transações pode prejudicar a firma. Para isso, foram analisadas somente as transações nacionais, de empresas públicas que adquiriram o controle acionário da empresa-alvo e que ocorreram após o Plano Real (antes disso a economia brasileira era muito conturbada).
Não é possível encontrar consenso na literatura sobre o tema. De acordo com Kusewitt (1985), a estratégia de crescimento por meio de aquisições pode resultar desde um excelente sucesso até um grande fracasso. Lubatkin (1983) acredita que todos os ganhos vão para a firma adquirida, não para a adquirente, como se supunha. King et al. (2004) concluem de sua meta-análise que, na média, atividades de M&A não geram um desempenho positivo, podendo, inclusive, destruir o desempenho no longo prazo.
Foi feito um pareamento entre empresas de grupo controle e tratamento para evitar viés de seleção. Posteriormente, foram testadas as duas hipóses do estudo através de Regressão Linear Múltipla, considerando as variáveis dependentes, explicativas e controle (como setor da empresa, por exemplo). Além disto, foram analisados os resíduos das variáveis, para verificar a robustez dos mesmos.
Na média, para todas as variáveis de desempenho contábil escolhidas para a análise, as empresas que fizeram M&A tiveram um pior desempenho no período que as empresas que não fizeram M&A, não podendo confirmar que quem efetuou M&A teve desempenho melhor que quem não efetuou. Já para a experiência, foi encontrada a existência da curva em forma de U invertido para a variação do desempenho contábil ROA, mostrando que existe um limite para o quanto as firmas conseguem ganhar de desempenho com estas transações.
Os resultados indicam que não houve melhor desempenho contábil das empresas que efetuaram M&A em relação às que não efetuaram e mostram que a relação entre desempenho e experiência anterior em M&A apresentam uma função quadrática, onde há um crescente ganho de desempenho seguido por ganhos decrescentes, conforme a empresa acumula mais transações no médio e longo prazos. Os resultados deste estudo são relevantes para agregar conhecimento sobre a estratégica corporativa no âmbito de fusões e aquisições brasileiras.
KING, D. R.; DALTON, D.R.; DAILY, C.M.; COVIN, J.G. Meta-analyses of post-acquisition performance: indications of unidentified moderators. Strategic Management Journal, v.25, pp. 187-200, 2004 KUSEWITT, J.B. An exploratory study of strategic acquisition factors relating to performance. Strategic Management Journal, v. 6, pp.151-169, 1985. LUBATKIN, M. Mergers and the performance of the acquiring firm. Academy of Management Review, v. 8, n. 2, pp. 218-225, 1983.