Resumo

Título do Artigo

VENTURE CAPITAL E INOVAÇÃO: implicações do aporte sob a ótica da teoria das capacidades dinâmicas
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Palavras Chave

Venture Capital
Inovação
Capacidades Dinâmicas

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Propriedade e Reestruturações

Autores

Nome
1 - Thiago Cavalcante Nascimento
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR) - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (PPGA)
2 - Ana Paula Mussi Szabo Cherobim
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM
3 - Andréa Torres Barros Batinga de Mendonça
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Programa de Pós-graduação em Administração - PPGADM

Reumo

As características específicas das atividades de inovação em relação ao desenvolvimento de uma orientação ambidestra e de capacidades dinâmicas, bem como o elevado grau de incerteza relacionado a estas práticas na busca por diferenciais competitivos, culminam com a necessidade de identificação de mecanismos adequados para financiá-las. Diversos estudos apresentam o venture capital como um dos mecanismos de financiamento mais adequados para estimular a capacidade de inovar das organizações.
Este artigo visa responder ao seguinte problema de pesquisa: as mudanças implementadas por um fundo de venture capital atuaram junto ao desenvolvimento de capacidades dinâmicas que poderiam estimular as práticas de inovação nas empresas aportadas? Dessa forma, o objetivo desse artigo é relatar se as mudanças implementadas por um fundo de venture capital atuaram junto ao desenvolvimento de capacidades dinâmicas que poderiam vir a estimular práticas de inovação.
A discussão teórica deste artigo se inicia com a delimitação conceitual de inovação, bem como a apresentação das principais características da teoria evolucionária e da abordagem ambidestra das organizações. Posteriormente, discute-se os elementos centrais que constituem venture capital como um mecanismo relevante para o financiamento da inovação e alavancagem das empresas aportadas. Por fim, conceitua-se capacidades dinâmicas e faz-se uma aproximação dessa teoria com os estudos de inovação.
Realizou-se um estudo misto, no qual inicialmente aplicou-se um instrumento estruturado junto a 19 de 36 empresas aportadas por um fundo buscando identificar competências que haviam sofrido maior influência ao longo do processo de aporte. Em seguida foram conduzidas entrevistas semiestruturadas para verificar, dentre as principais competências influenciadas, como as ações do fundo se direcionavam na modificação das competências organizacionais de forma a estimular atividades de inovação.
Após a etapa quantitativa chegou-se a 4 categorias na análise de conteúdo: “desempenho gerencial” (plano e desempenho); influência do fundo na “aplicação dos recursos”; “competência de enação”, e; “identificação de trajetórias”. Os resultados indicam que a atuação do fundo mira, no fortalecimento da atividade comercial das empresas, sem depreender significativa atenção para o desenvolvimento de competência que estejam voltadas para o desenvolvimento de inovações incrementais e radicais.
Os resultados alcançados permitiram identificar o conjunto de competências que sofreu a maior influência ao longo do aporte, no entanto, constatou-se que o aporte, mesmo influenciando estes elementos, não os direcionava ao desenvolvimento de inovações, fossem elas incrementais ou radicais. Assim, a atuação do fundo adota postura imediatista, no sentido de alavancar as empresas comercialmente para iniciar os procedimentos de saída e, consequentemente, retorno do investimento realizado.
GOMPERS, Paul A. The rise and fall of venture capital. Business and Economic History, v. 23, n. 2, p. 1-26, 1994. TEECE, David J.; PISANO, Gary; SHUEN, Amy. Dynamic capabilities and strategic management. Strategic Management Journal, v.18, n.7, p.509-533, 1997. TUSHMAN, Michael L.; O’REILLY III, Charles A. Ambidextrous organizations: managing evolutionary and revolutionary change. California Management Review, v.38, n.4, p.8-30, summer, 1996.