Resumo

Título do Artigo

A Influência da Inserção em Cadeias Globais de Valor na Competitividade de Clusters de Negócios
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Clusters de negócios
Competitividade
Cadeias Globais de Valor

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - Cristina Espinheira Costa Pereira
UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) - Mestrado em Administração
2 - EDUARDO ARMANDO
Fundação Instituto de Administração - FIA - Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Negócios

Reumo

Estudos sobre aglomerações de empresas têm origem em Marshall (1890), em que empresas obteriam ganhos em competitividade decorrentes de externalidades positivas advindas da proximidade geográfica. Desde então, embora tenha sido reconhecido que as entradas externas são tão importantes quanto as internas para o crescimento do cluster, esta dimensão foi negligenciada em muitos estudos sobre clusters. Uma das formas de ligação externa é a participação em cadeias globais de valor, o que proporciona o acesso do cluster a novos conhecimentos e permitem ampliar a competitividade.
Embora seja reconhecido na literatura que os elementos que formam a competitividade de um cluster são influenciados pela ligação a cadeias globais de valor (GVC), não há consenso sobre a sua relação com o desenvolvimento de clusters. Essencialmente, estar inserido em uma GVC pode ser considerado um fator que influencia a sua competitividade, especialmente no que se refere a avanços tecnológicos. Esta pesquisa tem como objetivo analisar como a participação em GVCs auxilia na compreensão da maior ou menor competitividade de um cluster.
Um cluster tem a sua competitividade influenciada por diversos elementos que explicam o seu crescimento e dinamismo e são importantes para a sua competitividade. A concorrência não se limita a oferta por parte de empresas do mesmo país de atuação, mas de vários mercados. Mesmo na falta de alguns elementos de competitividade em um cluster, a ligação a GVC ajuda as empresas e o próprio cluster (BAIR; GEREFFI, 2001). Bair (2008) também pondera, que embora a literatura de clusters tenha privilegiado a escala local, a dimensão global é relevante para o estudo de desenvolvimento de clusters.
A pesquisa é indutiva, qualitativa e adota o método de estudo de caso múltiplo comparativo. Foram coletados dados primários (entrevistas) e secundários (análise documental). Os casos analisados são dois clusters de ciências da saúde: um mais competitivo, o Cluster de Oxfordshire, na Inglaterra, e um menos competitivo, o Cluster de Ribeirão Preto, no Brasil. A unidade de análise é o cluster e o objeto de estudo é a competitividade de clusters. Propõe-se um modelo para analisar aspectos que buscam explicar de que forma sua competitividade é influenciado pela participação em GVCs.
Realizou-se uma pesquisa em fontes secundárias para descrever os clusters, em seguida as entrevistas foram analisadas buscando evidências para avaliar a presença de empresas inseridas em um mercado global no cluster, com maior presença no cluster inglês; a presença de projetos colaborativos entre pesquisadores do cluster e de outros países, com maior presença no cluster inglês; e a presença de instituições de apoio, presentes em ambos, e de ações colaborativas realizadas por essas instituições para facilitar a inserção do cluster em GVC, mais presente no cluster brasileiro.
A principal contribuição é a proposição de um modelo para analisar como a participação em GVC influencia a competitividade de clusters. Após sua aplicação, constatou-se que Oxfordshire apresenta evidências mais fortes da inserção em GVC devido à maturidade do cluster em relação à tecnologia, produtos e processos inovadores, o que lhe confere reputação internacional capaz de atrair relacionamentos com empresas e pesquisadores de outros países. Ribeirão Preto ainda está a construir sua reputação internacional e busca pela inserção em GVC apoio para aumentar sua competitividade.
HUMPHREY, J.; SCHMITZ, H. How Does Insertion in Global Value Chains Affect Upgrading in Industrial Clusters? Regional Studies 36(9): 1017–27. 2002. PORTER, M.E. Clusters and the New Economics of Competition. Cambridge, MA: Harvard Business School Press, 1998. STURGEON, T.; VAN BIESEBROECK, J.; GEREFFI, G. Value chains, networks and clusters: reframing the global automotive industry. Journal of economic geography, v. 8, n. 3, p. 297-321, 2008. ZACCARELLI, S. B. et al. Clusters e Redes de Negócios. Uma nova visão para a gestão dos negócios. São Paulo: Atlas, 2008.